FC19#17🎭Máscaras dão baile na mídia
O poder do contágio das crianças e as confusões sobre as máscaras são nossos destaques.
Eu sou Cláudio Cordovil, e hoje é dia 18 de agosto de 2020.
💪Bem-vindo ao primeiro ano do resto de nossas vidas!
Ferramentas Covid-19 🛠 é uma newsletter destinada a profissionais de saúde, pesquisadores, professores, jornalistas e público em geral, produzida pela Rede CoVida.
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⌚Hoje temos uma contagem de 1.633 palavras, ou uma leitura de sete minutos.
Olá
Na semana que passou, não houve um tema com maior destaque, no noticiário nacional e internacional. Tivemos, isto sim, a pandemia e sua sinistra rotina.
E agora trazemos uma novidade para você! Alguns destaques na imprensa nacional sobre a Covid-19.
Quando você encontrar este símbolo (✨) ao longo deste boletim, saiba que o material ali relacionado chegou a você graças ao Serviço de Comunicação e Jornalismo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Nossos agradecimentos à equipe do IOC!
🎭Máscaras dão um baile na mídia
Muito se falou na semana passada sobre um estudo recente da Duke University que testava uma forma de baixo custo de medir a eficácia das máscaras, mas foi mal interpretado na mídia em geral. Inclusive por algumas organizações brasileiras. Ele foi tido como se pretendesse mostrar que alguns tipos de máscara eram melhores do que outros. E teriam ‘detonado’ as neck gaiters (foto), amadas pelos praticantes de atividades ao ar livre. Não é bem assim; de fato, o estudo não fora projetado para classificar máscaras ou determinar quais seriam as melhores. Foi desenhado apenas para verificar a eficácia das ferramentas de teste utilizadas pela equipe de pesquisadores. O New York Times deu o veredito: Neck gaiters protegem tanto quanto máscaras.
A controvérsia sobre o estudo foi também destaque no Medium e no USA Today
Contra a minoria ruidosa, o Washington Post destaca o comportamento civilizado da maioria a favor das máscaras. E afirma:
Os defensores das máscaras estão fazendo isso de maneiras mais discretas, é claro: por meio da mídia social, escrevendo para jornais locais, pressionando legisladores estaduais e locais por mandados e multas. Mas eles estão irritados. “Você não vai nos ver reunidos nos degraus das capitais estaduais com armas semiautomáticas pelo mesmo motivo que usamos máscaras - queremos ficar seguros”, disse Henry Karp, um rabino aposentado e defensor das máscaras em Davenport, Iowa .
Na terça-feira passada (18/08), o Instituto Datafolha divulgou uma pesquisa mostrando que nove em cada dez brasileiros dizem usar máscaras sempre que estão fora de casa. Mas só metade da população, no mesmo estudo, diz ver as outras pessoas usando sempre a proteção facial. 😵 E aqui temos um mistério, bem observado pela matéria na Folha de S. Paulo: “Se [quase] todos usam máscara, por que nem todo mundo vê outras pessoas se comportando da mesma forma?
A psicóloga Vera Iaconelli, colunista da Folha tem duas hipóteses sobre o fenômeno:
Pode haver um número grande de pessoas que têm vergonha de assumir que não usa máscaras, mas acham que deveriam, e cria um personagem ao responder à pesquisa. A pessoa se constrange, porque isso é uma infração, para a qual há multa(…). Por outro lado, causa um incômodo tão grande ver que algumas pessoas não estão usando, que chama muita atenção", como se o efeito negativo de ver uma pessoa sem máscara pode alterar a percepção e fazer parecer que há mais gente que não a utiliza.
E o First Draft, britânico, confirmou, de algum modo, os achados do Instituto Datafolha. Na verdade, os antimáscaras seriam minoria (no Reino Unido também). Mas representam uma minoria barulhenta (especialmente nas redes sociais). Isto porque os algoritmos nelas empregados, e especialmente no Twitter, estariam ‘amplificando a sua voz’. E resume:
Em um exame mais atento, fica claro que o que parece um debate com dois lados é, em muitos países, uma pequena minoria provocando uma reação que acaba amplificando suas mensagens, elevando seus perfis [nas redes sociais] e possivelmente apresentando mais pessoas a uma série de teorias da conspiração.
Ou seja, você indignado (e com razão) com as pessoas que não usam máscaras pode estar dando uma forcinha (ainda que involuntária), pelos tortuosos caminhos dos algoritmos de redes sociais, ao comportamento que costuma condenar.
Vale conferir o estudo do First Draft.
Era de se esperar que os negacionistas investissem em memes imaginativos para propagar suas teses falsas. Nesse sentido, o The California Patriot divulgou um meme ardiloso, que foi prontamente desmentido pelo USA Today via Verified.
O New York Times traz matéria sobre como tornar o uso de máscaras mais agradável para as crianças.
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✨ Serviço de Comunicação e Jornalismo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC)
👧Crianças continuam a desafiar certezas
Um novo estudo (20/08) revela que as crianças não são imunes ao COVID-19 e podem até desempenhar um papel maior no contágio do que antes se supunha. Estudos anteriores chegaram a conclusões semelhantes. Agora, os pesquisadores estão tentando descobrir o quanto devemos nos preocupar com as crianças neste aspecto. “Algumas pessoas pensaram que as crianças poderiam estar protegidas”, disse um dos autores do estudo ao The Washington Post. “Isso é incorreto. Eles podem ser tão suscetíveis quanto os adultos - mas simplesmente de forma invisível”. Em outra dimensão, para além da pandemia em si, as crianças se encontram mais vulneráveis nesse momento, na medida em que milhões delas foram bruscamente retiradas das redes de apoio destinadas a protegê-las de violência doméstica. Uma pesquisa nacional de centros de defesa da criança nos EUA descobriu que eles atenderam 40 mil crianças a menos no primeiro semestre de 2020 do que no mesmo período do ano passado (uma queda de 21%). Mas isso não é porque o abuso infantil parou de acontecer, “mas porque professores, médicos e outros têm menos maneiras de detectá-lo”. Por outro lado, o Center for Health Journalism retrata a dramática situação das crianças com necessidades especiais em Los Angeles, Califórnia. Em outra matéria (18/08) revela o drama dos pais que, desempregados, não podem comprar fraldas para seus filhos. Já a Wired lança algumas luzes sobre a síndrome misteriosa que vem acometendo as crianças nesta pandemia.
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✨ Serviço de Comunicação e Jornalismo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC)
Tome Ciência
🧫O que aprendemos no combate à Covid-19? O VoxCare traz quatro lições aprendidas até o momento com a pandemia:
🧫Suécia: caso exemplar ou fiasco? A Suécia foi um dos poucos países europeus a não impor um distanciamento social . Sua estratégia incomum para combater o surto de coronavírus foi tanto aclamada como um sucesso quanto condenada como um fracasso. A New Scientist discute o que o caso representou.
🧫Um novo vetor para o coronavirus? Outra Saúde traz matéria apontando um novo suspeito.
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🧫Covid-19 e doenças cardíacas: quais os riscos?
🧫O que acontece com sua memória? A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), que recentemente teve Covid-19, queixou-se de danos à sua memória provocados pela doença. O Elemental (Medium) traz revelações sobre outros impactos inusitados que uma pandemia pode causar à memória.
🧫Estresse crônico agrava quadro da doença. Os mais estressados ficam mais vulneráveis aos desfechos da Covid-19.
Rápidas
⚡QUARENTENA: O Centro de Prevenção e Controle de Doenças de Atlanta (CDC) revisou suas recomendações para quarentena de viajantes. Agora não são mais exigidas quarentena por 14 dias após visitar destinos no exterior ou chegar de áreas com um alto número de casos confirmados. O site do CDC agora informa que os viajantes que chegam devem ficar a dois metros de distância de outras pessoas, usar máscaras e lavar as mãos com frequência (as mesmas recomendações para pessoas que não viajaram). No entanto, o site também observa que os viajantes devem seguir as restrições estabelecidas pelos governos locais, que podem exigir que os recém-chegados "fiquem em casa por até 14 dias".
✨Doria: 'Parte da população decretou erroneamente o fim da quarentena'
✨ Por que a Espanha enfrenta nova onda após quarentena rigorosa
✨ Homens são os que menos obedecem às quarentenas decretadas no Brasil, diz Datafolha
COMPORTAMENTO:
Multidões vão às piscinas em Wuhan, depois que a China reconheceu o fim da pandemia. A propósito, onde ela ainda ocorre, é seguro ir nadar? (Medium/Elemental)
✨ Como 1º epicentro da pandemia foi de ruas desertas a raves em piscinas lotadas
⚡O USA Today revela as precauções que os dentistas estão tomando para atender seus clientes.
⚡As chances de você pegar Covid-19 em um avião são menores do que você imagina (CNN) e cinco lições para quem vai voar agora (NYT).
EVENTOS DA REDE COVIDA
🚨Desigualdades em saúde no Brasil: panorama e desafios
Realização: Cidacs/Fiocruz
Com: Emanuelle Góes (Cidacs/Fiocruz-Bahia), Fernanda Lopes (GT de Saúde e Racismo da Abrasco) e Rômulo Paes-Sousa (Fiocruz-MG). A mediação será feita pelo coordenador do Cidacs, Maurício Barreto
✅ Inscrições: https://bit.ly/2XQMQtR
🗓️ Data: 26/08 (quarta-feira), das 16h às 18h
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