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Eu sou Cláudio Cordovil, hoje é segunda-feira, dia 4 de maio, e este é um projeto da Rede Covida: Ciência, Informação e Solidariedade, da qual sou um dos membros.
📷Como retratar aglomerações sem enganar o leitor?
Na Dinamarca, a mesma cena, fotografada com duas lentes diferentes, suscita interpretações totalmente distintas
A Columbia Journalism Review traz um interessante artigo de John Allsop sobre manipulação e descontextualização de imagens de aglomerações em meio à pandemia. E revela que, dependendo do tipo de lentes e posicionamento da câmera, pode-se falsear a verdade. Philip Davali e Ólafur Steinar Gestsson, dois fotógrafos na Dinamarca, usaram lentes e angulações distintas para capturar a mesma imagem. Em uma das fotos, as pessoas parecem estar aglomeradas. Na outra, elas observam a distância adequada para prevenir o contágio. Mas trata-se da mesma situação!
Allsop conclui seu artigo com uma observação bem perspicaz:
Há também o problema de quais comportamentos a imprensa escolhe pautar. A cobertura noticiosa, com razão, tem uma inclinação para a denúncia de problemas e de condutas inaceitáveis. Em tempos normais, as pessoas que obedecem às regras não rendem matéria. Mas estes não são tempos normais _ as regras são excepcionalmente desgastantes no momento e o amplo cumprimento delas é, sem dúvida, algo mais importante do que a desobediência esporádica e dependente do contexto. Além disso, uma foto de mil pessoas na praia na Califórnia é mais atraente - e, é claro, mais fácil de tirar - do que uma foto de milhões de pessoas sentadas em suas salas, assistindo televisão.
✅A propósito a IJNET fez uma reportagem sobre os desafios que a pandemia trouxe para o fotojornalismo. De fato, desde antes da Covid-19, a situação dos fotojornalistas em todo o mundo já não era das melhores. Instabilidade no emprego, baixos salários e receios com sua integridade física, eram alguns dos problemas apontados, segundo relatório de 2018 da World Press Photo (em inglês).
A atual emergência sanitária só ampliou esses desafios. Natalie Van Hoozer conversou com fotojornalistas freelancers na Itália, México e Estados Unidos, que falaram de preocupações financeiras e de saúde e deram algumas dicas sobre como trabalhar nesse contexto tão dramático. O site The Everyday Projects traz um guia com o que os repórteres fotográficos devem fazer e devem evitar em tempos de Covid-19.
✅Deu branco? Acontece! Eu mesmo, 38 anos após a formatura como jornalista, ainda tenho pavor da página em branco! 😱 Mas isso ocorre nas melhores famílias, como diriam os antigos. O blog Mundo de K traz um post delicioso sobre o bloqueio criativo, na pena de alguns escritores, para ajudar a aliviar nossos tormentos. Agora, se o seu problema é o medo de um burnout, o site do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde traz algumas dicas para preservar a saúde mental na cobertura de crises.
👬Como falar sobre Covid-19 com crianças?
Como falar com crianças sobre a pandemia sem aterrorizá-las? O Nieman Lab traz quatro projetos jornalísticos que aceitaram enfrentar esse desafio. Abaixo destacamos dois deles.
🔴Desde 2017, o The New York Times tem uma seção chamada The New York Times for Kids, mas, no domingo retrasado (26/4), seu tema foi a Covid-19. A idéia era passar para a garotada a noção de que não estão sozinhos em seus sentimentos sobre a quarentena e a pandemia.
A capa do suplemento infantil impresso do New York Times vem com a manchete “Lembrete: Você não está sozinho”.
Com passatempos para crianças, o foco dessa edição foi o bem-estar emocional da criançada.
🔴Nos dias de hoje, é comum as crianças assistirem os telejornais com seus pais, apesar do conteúdo muitas vezes impróprio para menores neles apresentado. Pensando nisso, a NBC criou um produto derivado do seu principal telejornal, o Nightly News. O Nightly News: Kids Edition é ancorado por Lester Holt e vai ao ar às terças e quintas pela internet. Holt é âncora do Nightly News (para adultos, digamos assim) desde 2015, e ancora a versão infantil online também! 👏 Algo assim como William Bonner apresentar um telejornal infantil duas vezes por semana! 😲 Nele, as crianças pautam as edições com suas perguntas sobre a pandemia. Muito legal! 😎
💀Como reduzir a ‘sinistrose’ epidêmica
💀Sinistrose💀 pode ser definida como “a tendência a alardear a iminência de colapsos e perigos terríveis, individuais ou sociais, a vaticinar desastres, ruínas, grandes perdas materiais, catástrofes em empreendimentos, planos econômicos, projetos políticos”. Por extensão, “a inquietação causada por tais riscos e perigos sinistros”.
Pois é… A 💀sinistrose💀 já anda causando suas baixas no jornalismo, que já enfrentava um achatamento da curva em termos de faturamento, muito antes da pandemia. Se, por um lado, a imprensa tem se revelado um dos recursos mais fundamentais para acompanhar o ritmo da emergência sanitária, passadas algumas semanas de confinamento, o interesse por notícias começa a declinar. É o que aponta artigo na revista Wired de autoria de Will Bedingfield.
Em certo trecho da matéria, lê-se:
“‘Em termos dos efeitos psicológicos de se envolver especificamente com esta crise, estudos ainda estão sendo conduzidos. Mas existe uma estreita relação entre o consumo excessivo de notícias e o aumento geral da ansiedade. A OMS recomenda especificamente que você afaste-se das notícias se ficar angustiado. ‘Podemos deduzir que as pessoas estariam seguindo estes conselhos, e é por isso que estamos vendo a audiência diminuir’, diz Cherie Armour, professora de trauma psicológico e saúde mental na Escola de Psicologia da Universidade de Queen's Belfast. ‘Existe um limite claro entre o que é uma ansiedade útil e o que ultrapassa os limites’".
Alguns especialistas argumentam que o investimento em um jornalismo mais construtivo (já falamos bastante dele na edição passada) em meio a esta crise, poderia aumentar o interesse por notícias, com notáveis implicações para a saúde pública.
✅A Fundación Gabo trouxe quatro exemplos de narrativas para além da desesperança. E a Solutions Journalism Network divulgou no Youtube seu webinar sobre como produzir jornalismo de Soluções, a partir de sua casa, no confinamento.
✅O jornalismo sempre teve dificuldade em comunicar incertezas (que é o que há, quando se fala de Covid-19). Afinal, incertezas se encaixam mal na moldura apertada do fato jornalístico. Esta tensão entre a incerteza da pandemia e a cobiça por fatos precisos tem se manifestado de forma curiosa em todas as coletivas de imprensa da Presidência sobre a emergência sanitária, especialmente na gestão de Mandetta. Mas talvez a pandemia possa representar a oportunidade que faltava para que os jornalistas aprendam a lidar com informações provisórias e incertas. É o que sustenta Kevin Lerner em interessante artigo no Nieman Lab.
Rápidas
✅Infográficos, quem não gosta? A Visual Capitalist traz umas visualizações incríveis (em inglês) sobre a história das pandemias ao longo dos tempos. De quebra, uma esclarecedora timeline destas emergências sanitárias que nos acompanham desde tempos imemoriais. A propósito, o professor José García Avilés selecionou as melhores visualizações já publicadas sobre a Covid-19.
✅A Fundación Gabo, a Universidade do Norte (Colombia) e a Fundación Santo Domingo estão promovendo, de 27 de abril a 7 de maio, uma série de webinars cujo objetivo é oferecer uma introdução à epidemiologia e ferramentas para cobrir o coronavirus com mais precisão.
🔴Epidemiología para periodistas (27/4): com Carlos Castillo-Salgado (MEX), professor do departamento de Epidemiologia da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins (EUA). Veja a íntegra do webinar aqui.
🔴La búsqueda de causas en epidemiología y sus fantasmas (29/4): com Julián Fernández Niño (Colombia), professor do departamento de Saúde Pública da Universidade do Norte (Colômbia) . Veja a íntegra do webinar aqui.
🔴Errar es de humanos, y también de epidemiólogos (4/5): com Jorge Acosta Reyes (Colombia), professor do departamento de Saúde Pública da Universidade do Norte (Colombia). ✍ NESTA SEGUNDA-FEIRA (4/5), ÀS 13H✍ (Hora de Brasília)
Inscreva-se AQUI!!! GRÁTIS !!!!
🔴Viaje a la cabeza de una epidemióloga (5/5) com Zulma Cucunubá (Colombia), pesquisadora do Centro de Análise de Infecções Globais da Faculdade de Medicina do Imperial College (Reino Unido). TERÇA FEIRA (5/5), ÀS 13H (Hora de Brasília)
Inscreva-se AQUI!!!! GRÁTIS!!!
🔴De tapabocas, cuarentenas y otros dilemas: interpretando la evidencia en salud pública (6/5) com Andrés Vecino (Colombia), pesquisador do departamento de Saúde Internacional da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins (EUA). QUARTA-FEIRA (6/5), ÀS 17H (Hora de Brasília).
Inscreva-se AQUI !!!! GRÁTIS!!!!
🔴Gráficos sin mezclar peras con manzanas (7/5): com Jorge Galindo (Espanha), analista de América Latina para El País (Espanha). QUINTA-FEIRA (7/5), ÀS 13H (Hora de Brasília)
Inscreva-se AQUI!!! GRÁTIS!!!
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🧪Documentos Técnicos produzidos pela Rede Covida
A Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade disponibiliza documentos produzidos por sua equipe de pesquisadores com o objetivo de apresentar informações que possam ajudar a população e os profissionais de saúde a esclarecerem questões sobre o novo coronavírus, com base na melhor literatura científica disponível.
Notas técnicas
Boletins epidemiológicos
#1 - Destaque à situação da Bahia (3/4)
#2 - Os impactos das medidas de distanciamento social e redução de fluxo intermunicipal na Bahia (11/4)
#3 - Testes diagnósticos
Miscelânea
(👍 ͡ᵔ ͜ʖ ͡ᵔ)👍 Até a próxima! Fique em casa!