FC19#8 💉Vacinas? Como? Quando?
O que podemos esperar das vacinas (e para quando?) e o estresse das crianças confinadas são os nossos destaques
( 👁️︠ ͜ʖ ︡👁️)𝘽𝙤𝙢 𝙙𝙞𝙖❗
Eu sou Cláudio Cordovil, e hoje é dia 15 de junho de 2020.
💪Bem-vindo ao primeiro ano do resto de nossas vidas!
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💉Vacina: o que esperar e para quando?
Expectativas sobre uma nova vacina para o fim deste ano ganharam a mídia na semana passada. Isto porque autoridades sanitárias norte-americanas anunciaram que estão previstos, para o mês de julho, os primeiros testes de larga escala em humanos com duas vacinas candidatas. Estas autoridades também acreditam que uma vacina com algum nível de eficácia poderá estar sendo largamente distribuída até dezembro.
Anthony Fauci, membro da força-tarefa norte-americana contra a Covid-19, em entrevista concedida ao Journal of American Medical Association (JAMA), se revelou “cautelosamente otimista” a esse respeito. Ele acredita que cerca de 100 milhões de doses de uma vacina bem-sucedida estarão disponíveis entre novembro e dezembro, ou talvez 200 milhões de doses no início do ano que vem.
Mas convém calibrar as esperanças. Segundo especialistas ouvidos pela imprensa, a primeira vacina muito provavelmente não será eficaz o suficiente para erradicar a pandemia global e iremos ter que conviver com a Covid-19 por uns bons anos, antes que uma vacina perfeita (ou quase) apareça. É o que nos informa Buzzfeed.
A Casa Branca criou uma parceria público-privada denominada Operation Warp Speed que, segundo anunciou o New York Times, deve escalar cinco empresas _ Moderna, AstraZeneca, Johnson & Johnson, Merck, e Pfizer — para liderar o esforço de produção da vacina.
Mas o que seria uma boa candidata à vacina? O Buzzfeed apurou, com base em 10 vacinas agora sendo testadas, que pode-se concluir que será algo como a vacina da gripe, que é administrada anualmente.
Ela teria eficácia reduzida no bloqueio de uma infecção, mas reduziria a intensidade dos seus sintomas. Isso seria bem diferente de uma vacina contra o sarampo, por exemplo, que, com apenas duas doses, protege para a vida inteira. A matéria também revela as quatro abordagens empregadas pelas vacinas que estão no páreo. Destas, apenas duas têm resistido ao teste do tempo; as restantes são abordagens bastante inovadoras.
Segundo o Buzzfeed, até o momento, a única vacina que tem resultados mais consistentes já publicados é a da empresa chinesa Sinovac. Baseia-se no velho método de se injetar uma pequena quantidade de virus mortos no organismo, visando acionar o sistema imunológico diante de uma infeção real.
Esta é a vacina que o Instituto Butantan anunciou na quinta-feira (11/6) que irá produzir em parceria com os chineses. No dia anterior (10/6), a Fiocruz anunciara que iria iniciar estudos pré-clínicos de uma outra vacina. Está previsto para esta semana o início dos testes com a vacina de Oxford em voluntários brasileiros.
Nunca é demais lembrar que, ao longo da história da medicina, muito raramente uma vacina foi produzida em menos de cinco anos. Este foi o caso da vacina da caxumba, por exemplo. No entanto, um painel de quatro especialistas ouvidos pelo New York Times se revelou otimista a esse respeito.
Neste momento, 141 vacinas estão sendo desenvolvidas em todo o mundo e o jornal norte-americano criou um tracker para acompanharmos a evolução nesse campo. Ele contém explicações detalhadas sobre cada uma delas.
Mas há quem também busque, no passado, uma candidata promissora à vacina para a Covid-19. É o caso de pesquisadores que apostam na vacina contra a tuberculose (BCG), que previne mortes infantis derivadas de inúmeras causas e reduz a incidência de infecções respiratórias. No final de março, cientistas australianos começaram a testar a BCG em profissionais de saúde. É o que nos informa a edição espanhola do New York Times.
✅ Outras opções terapêuticas têm sido buscadas. Tratamentos que possam prevenir a doença, por exemplo. Esta estratégia ganhou popularidade depois do imbroglio envolvendo a (hidroxi)cloroquina, e depois de Trump ter afirmado que dela fazia uso, para prevenir a doença. O USA Today fez um balanço das potenciais terapias no páreo, onde até passar iodo na mucosa nasal e bucal tem sido estudado. O plasma convalescente também tem apresentado bons resultados preliminares e foi objeto de matéria do mesmo jornal.
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👦Como fica a saúde mental das crianças na pandemia?
Cerca de 860 milhões de crianças do mundo todo saíram um dia das aulas e na manhã seguinte não puderam voltar à escola, nem brincar com seus amigos, visitar os avós ou correr ao ar livre.
A passagem acima, extraída do jornal El País, revela a extensão do problema junto aos nossos queridos meninos e meninas e anuncia uma nova pandemia para breve, desta vez de estresse, ansiedade e depressão.
A matéria revela outros fatores estressantes, junto a esta população habitualmente já de todo esquecida pelos adultos: a perda da rotina escolar e do relacionamento social com os amiguinhos.
Também é possível que algum parente tenha passado a doença isolado em um quarto da casa, ou que tenha sido levado de ambulância para o hospital. Ou a criança tenha sofrido alguma perda e não tenha podido ‘elaborar’ o luto, nem se despedir, ou talvez seus pais tenham ficado desempregados, com tudo o que isso implica.
“Sempre destacamos que o ambiente da criança é fundamental para sua saúde mental: se os pais não estiverem bem, as crianças não estarão bem”, resume uma fonte ouvida pela reportagem.
Em países onde se ensaia uma reabertura gradual das atividades econômicas e o relaxamento do distanciamento social, o New York Times revela que as crianças com deficiências intelectuais estão ficando para trás.
Um podcast do Vox dá dicas sobre como falar sobre a pandemia com a garotada. O episódio leva as crianças para uma ilha secreta onde elas vão ter respostas sobre duas de suas mais intrigantes indagações: a) Como a doença se espalha? b) Por que não posso ir ao colégio agora? Para acalmar a garotada, um joguinho pode ser interessante. A Rede Covida criou um jogo educativo que ensina a meninada a se proteger do coronavírus.
Em uma seara distinta, mas ainda envolvendo crianças, a Nature tenta decifrar o mistério sobre o porquê de as crianças tenderem a ser poupadas dos efeitos devastadores da doença no organismo.
Mas, infelizmente, isto não é o que acontece com crianças com autismo ou deficiências intelectuais ou de desenvolvimento. O WBUR News reproduz matéria do NPR que constatou que a taxa de mortalidade entre crianças destes grupos é maior do que a do restante da população, em dois estados norte-americanos.
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Rápidas
⚡E no dilema “preservar-vidas-ou-abrir-a-economia”, parece que la plata falou mais alto, ao menos em alguns países. No Brasil, estados começam a afrouxar a quarentena, mesmo sem ter superado o pico de infecções e mortes. Especialistas temem uma explosão de novos casos. Índia, Rússia, Irã, México e Paquistão vão pelo mesmo caminho.
Durante os primeiros meses da pandemia, um mistério persistente era o motivo pelo qual alguns dos países mais populosos do mundo, com sistemas de saúde precários e favelas lotadas, conseguiam evitar o impacto de um surto que já atingia sociedades relativamente ricas na Europa e nos Estados Unidos. Agora, países da África, América Latina, Sudeste Asiático e Oriente Médio vêem uma escalada no número de casos.
O New York Times fez um levantamento da situação em alguns países destes continentes e revelou também que em 10 países africanos não existem respiradores. E este é apenas um dos problemas enfrentados por este continente já de todo esquecido.
⚡COMO COBRIR ESTUDOS PRELIMINARES: O site do Center for Health Journalism, da Universidade do Sul da Califórnia, reproduz matéria de Giles Bruce que ouviu especialistas em jornalismo científico e ética jornalística sobre como cobrir o tema, especialmente com relação a novas drogas e vacinas.
⚡TABACO E PANDEMIA: A American Heart Association enviou carta ao New York Times reagindo à matéria sobre como a indústria do fumo busca lucrar com a Covid-19 junto a adolescentes. Historicamente, este ramo de atividades tem lançado mão de todo tipo de expediente para lucrar com a desgraça alheia, há muitas décadas. A Fiocruz mantém, há algum tempo, um observatório, aberto ao público, com todas as estratégias nefastas empregadas por estes mercadores da desgraça, para vender doenças.
⚡VIDA ORDINÁRIA: O New York Times traz dicas para você reaprender a abraçar durante a peste. A boa notícia é que já há uma técnica para isso. Se o seu projeto é passar do abraço a algo mais picante, o mesmo jornal mostra que fazer sexo, especialmente o casual, não é algo muito recomendado no momento.
⚡O ‘NOVO NORMAL’: A Covid-19 já tem sua expressão da moda: “novo normal”. Vem de uma matéria de 2003 na Fast Company. Spoiler: Foi uma expressão adotada por um investidor norte-americano, para destacar que os períodos de expansão econômica nunca mais seriam os mesmos, depois dos atentados de 11 de setembro (de 2001), e que deveríamos nos acostumar a uma nova realidade.
🧪TOME CIÊNCIA:
Em meio a tantas incertezas, alguns fatos nos permitem melhor conhecer o coronavirus, e, assim, tomar decisões pessoais e coletivas mais acertadas no seu enfrentamento. Selecionamos alguns deles:
🧫E AGORA? O QUE POSSO FAZER? Com o relaxamento das medidas de distanciamento social em muitos países, fica a pergunta: O que posso fazer agora? O New York Times ouviu 511 epidemiologistas em busca de respostas. Eles divergem em suas opiniões. Na mesma linha, o jornal dá cinco novas dicas de como tentar conviver com a pandemia, nestes tempos incertos. Mas, se “em casa de ferreiro, o espeto é de pau” , nem mesmo os 132 epidemiologistas ouvidos pelo veículo chegaram a um consenso sobre qual o momento ideal para reenviar seus filhos para a escola.
🧫LIÇÕES APRENDIDAS: O El País relata o que sabemos sobre três casos de contágios múltiplos da Covid-19, em ambientes distintos: escritório, restaurante e ônibus.
👍WEBINÁRIOS EM DESTAQUE:
✅INTERCOM - A Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) tem uma programação com lives semanais gratuitas. As lives “Cátedra Intercom” acontecem semanalmente, geralmente às terças e quintas, às 18h. Após a realização ao vivo, as lives também ficarão disponíveis nos canais oficiais da Intercom no Facebook, Instagram e YouTube.
Para esta semana, estão programadas as seguintes lives:
16 de junho, terça-feira
A pesquisa de televisão e televisualidades na Intercom: continuidades, rupturas e perspectivas
Com Suzana Kilpp (Unisinos), Ana Silvia Médola (UNESP), Ana Paula Ribeiro (UFRJ), Bruno Leal (UFMG) e Gustavo Fischer (Unisinos)
O link para inscrição gratuita será amplamente divulgado 24 horas antes do evento.
18 de junho, quinta-feira
A (re)invenção do telejornalismo em tempos de pandemia
Com Edna de Mello Silva (Unifesp) e Flávio Antônio Camargo Porcello (UFRGS)O link para inscrição gratuita será amplamente divulgado 24 horas antes do evento.
✅Jornalismo transmídia e projetos de interesse público mundo afora: Associação Nacional de Jornais/ Associação Nacional de Editores de Revistas 👉NESTA TERÇA-FEIRA (16/6), às 15h (hora de Brasília). Com Lorena Tárcia, professora universitária e ex-chefe de reportagem da Globo Minas. 📌Inscreva-se aqui📌
✅ Cobertura fotojornalística durante a pandemia: Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) 👉NESTA QUARTA-FEIRA (17/6), às 13h (hora de Brasília). Com Raphael Alves (Agência EFE). Inscrições através do email: manoelmoabis@hotmail.com
✅Cobrindo o coronavirus: A síndrome misteriosa que aflige crianças - USC Annenberg/Center for Health Journalism 👉NESTA QUARTA-FEIRA (17/6), 14h00 (hora de Brasília) 📌Inscreva-se aqui📌
✅Covid-19 APAC Data Challenge 2020: (WAN/IFRA) 👉NESTA QUARTA-FEIRA (17/6), às 23h30 (hora de Brasília). Torneio em que jornalistas de mais de uma dezena de publicações asiáticas colocam em prática suas habilidades de jornalismo de dados. 📌Inscreva-se aqui📌
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